Tô cansada! De tanta hipocrisia, de tanta injustiça, de tanta incompreensão. Tô cansada de sempre tentar achar a melhor solução para todos e acabar sempre julgada, e da pior forma possível. Tô cansada de ser incompreendida quando também tenho meus dias de TPM, meus dias de mau-humor, meus dias de desânimo, meus dias de "concha", meus dias de tristeza, meus dias de desesperança. Aqueles dias em que não tenho forças para estar disponível, alegre, bem-humorada, esperançosa, companheira, batalhadora. Aqueles dias em que bastaria para mim um pouquinho de atenção, um pouquinho de colo (que aliás, eu nunca sei pedir, acho até que talvez não saiba nem mesmo demonstrar minha carência), um pouco de silêncio, quem sabe; um pouco de diálogo, um pouco de complacência, um pouco de respeito, um pouco de solidariedade. Pode parecer muito pesado tudo isso, e talvez até seja mesmo, mas isso é outra coisa da qual eu estou cansada! Tô cansada de sentir/ouvir que eu sou pesada, coloco peso onde não precisa, onde não tem.
Tô cansada de mim mesma, querendo mudar e aprender a impor minhas vontades, minhas opiniões, meus gostos, minhas decisões, meus humores. Céus! Como isso é difícil pra mim!
Tô cansada de colecionar mágoas, não quero mais.
Tô cansada de me conformar com essa vidinha mais ou menos que eu tenho levado.
Tô cansada desse meu desânimo para tomar uma atitude na vida e virar gente.
Tô cansada de esperar reconhecimento dos meus pais.
Tô cansada de ficar reclamando.
Tô cansada de escrever sempre essas mesmas coisas.
Tô cansada de sentir os efeitos de um ano cheio de momentos difíceis para mim.
Tô cansada de ser assim tão disponível e preocupada com o outro e de ficar vazia porque é esse mesmo outro que não consegue enxergar um centímetro além do seu limite corporal para ver que eu também tenho meus problemas, minhas dificuldades, meus dias sem força para nada e no mínimo considerar que, apesar de eu não demonstrar sempre, eu também tenho meus sentimentos, eu também me magôo, eu também tô digerindo um monte de coisa lixo e esquisita que me aconteceu nos últimos tempos.
Tô cansada de me sentir sozinha. Tô cansada das pessoas que se dizem muito amigas, alardeiam aos quatro ventos quantos anos de amizade têm comigo, mas não sabem sequer do que eu gosto, o que eu faço, o que me entristece, quais são meus sonhos.
Tô cansada de ter que pensar no que vou comer a cada refeição. Tô cansada de me sentir culpada a cada uma delas.
Tô cansada de ter que ficar emocionalmente consciente o tempo todo.
Tô cansada de ser cobrada nas raríssimas vezes em que não dou conta de ser a "certinha".
Tô cansada de segurar a onda pelo outro, quando ninguém segura a minha.
Tô cansada dos rótulos que minha família me pôs e que, por mais que eu tenha mudado, eles continuam colando em mim.
Tô cansada de ter que fazer conta a cada instante que passo o cartão do banco, ou a cada mês, para ver quanto vai sobrar (ou faltar!)
Tô cansada de ter insônia toda noite.
Tô cansada de ser acordada toda manhã com minhas cachorras latindo.
Tô cansada de ir ao mercado e nunca conseguir comer as coisas que eu compro.
Tô cansada de me cobrar toda manhã que eu tenho que acordar cedo para estudar porque o concurso está aí e se eu perder essa oportunidade, só daqui a 4 anos.
Tô cansada de só eu procurar meus amigos. Será que eu os tenho?
Tô cansada de muito pouca gente me conhecer muito.
Tô cansada dos espertinhos do trânsito, especialmente aqueles que desprezam os carros pequenos, pelo mero fato de serem pequenos.
Tô cansada de ir para o trabalho todos os dias. Tô cansada das coisas que me são impostas lá.
Tô cansada de me sentir engessada profissionalmente, de não ter espaço para criar um pouco.
Tô cansada das coisas que vivi, quero deixar pra trás.
Tô cansada de ficar triste com a minha vó.
Tô cansada de toda noite desligar a TV, que eu nem estava vendo, porque a minha irmã dorme e não está nem aí se a conta de luz está aumentando.
Tô cansada de sentir frio toda noite e toda manhã na minha casa.
Tô cansada de comer frango grelhado, bife acebolado ou a milanesa toda semana.
Tô cansada de ter crises homéricas de enxaqueca.
Tô cansada de ter ovários policísticos e ficar lutando com a menstruação todos os meses. Tô cansada de ter que ficar tomando remédio para isso também.
Tô cansada de só ser lembrada no meu aniversário.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
10/06/de qualquer ano...
"A idade aponta na falha dos cabelos/Outro mês aponta na folha do calendário/As senhoras vão trocando o vestuário/As meninas viram a página do diário/O tempo faz tudo valer a pena/E nem o erro é desperdício/Tudo cresce e o início/Deixa de ser início/E vai chegando ao meio/Aí começo a pensar que nada tem fim..."
É com esse trecho de uma música da Ana Carolina que eu começo o texto de hoje...
Aliás, hoje deveria ter sido há 2 dias atrás... Já é tarde, eu estou fora do dia, mas não podia deixar passar mais tempo ainda sem cumprir esta tarefa.
Exatamente há um ano da data que dá o título a este, eu tive um dia bastante contraditório... Foi, ao mesmo tempo, um dos piores dias da minha vida, mas, por outro lado, foi o dia que marcou uma grande decisão. Uma decisão que fez diferença para o resto da vida. Que me mudou como pessoa. Que mudou a minha direção. Uma decisão que continua fazendo diferença. A extensão de tudo, eu ainda não sei ao certo. Será que um dia saberei? E saber pra quê? Bom mesmo é viver, e estar consciente a cada momento. Colher cada reflexão, cada sensação, cada conclusão. Viver O e NO presente.
Muita dúvida, muita incerteza, muito medo e talvez muita mágoa tenham marcado aquele momento. Mas, como não há senhor algum como o tempo, hoje a análise pode ser bem diversa. E, claro, muito mais proveitosa.
Acredito que nada acontece por acaso. As coisas acontecem EXATAMENTE da forma como têm que acontecer! E na hora que devem acontecer!
Lembrar desse dia pode fazer sangrar um pouco a ferida. Mas a dor muitas vezes é necessária. O sofrimento nos faz perceber muitas coisas, nos faz evoluir, nos torna pessoas melhores, mais conscientes, nos faz almejar mais alto, nos tira do cômodo. E passamos a ter INcômodo. E a partir desse algo que espeta e cutuca podemos fazer alguma coisa, saímos da inércia.
Na verdade esse dia foi o resultado da soma de vários fatores... Todas as minhas cirurgias, a doença do meu pai, todas as coisas de que eu desconfiava, todas as coisas que se tornaram insuportáveis, todas as minhas frustações daquele ano e dos anos anteriores... Sabe lá Deus o que eu passei naquele período...
Mas dizem que para se chegar ao céu, se precisa passar pelo purgatório, depois da tempestade, a bonança e por aí vai... Enfim, à medida em que o tempo passa, tudo vai fazendo mais e mais sentido... E embora a passagem por esse (fatídico) dia não venha completamente despercebida e silenciosa e ainda remeta a algumas cicatrizes, hoje ele pode ser transmutado em ponte. Ponte para uma nova vida. Ou melhor, como eu estava em coma naquela época, ponte para um retorno à vida! Viva!
"...Tudo cresce e o início/Deixa de ser início/E vai chegando ao meio/Aí começo a pensar que nada tem fim..."
É com esse trecho de uma música da Ana Carolina que eu começo o texto de hoje...
Aliás, hoje deveria ter sido há 2 dias atrás... Já é tarde, eu estou fora do dia, mas não podia deixar passar mais tempo ainda sem cumprir esta tarefa.
Exatamente há um ano da data que dá o título a este, eu tive um dia bastante contraditório... Foi, ao mesmo tempo, um dos piores dias da minha vida, mas, por outro lado, foi o dia que marcou uma grande decisão. Uma decisão que fez diferença para o resto da vida. Que me mudou como pessoa. Que mudou a minha direção. Uma decisão que continua fazendo diferença. A extensão de tudo, eu ainda não sei ao certo. Será que um dia saberei? E saber pra quê? Bom mesmo é viver, e estar consciente a cada momento. Colher cada reflexão, cada sensação, cada conclusão. Viver O e NO presente.
Muita dúvida, muita incerteza, muito medo e talvez muita mágoa tenham marcado aquele momento. Mas, como não há senhor algum como o tempo, hoje a análise pode ser bem diversa. E, claro, muito mais proveitosa.
Acredito que nada acontece por acaso. As coisas acontecem EXATAMENTE da forma como têm que acontecer! E na hora que devem acontecer!
Lembrar desse dia pode fazer sangrar um pouco a ferida. Mas a dor muitas vezes é necessária. O sofrimento nos faz perceber muitas coisas, nos faz evoluir, nos torna pessoas melhores, mais conscientes, nos faz almejar mais alto, nos tira do cômodo. E passamos a ter INcômodo. E a partir desse algo que espeta e cutuca podemos fazer alguma coisa, saímos da inércia.
Na verdade esse dia foi o resultado da soma de vários fatores... Todas as minhas cirurgias, a doença do meu pai, todas as coisas de que eu desconfiava, todas as coisas que se tornaram insuportáveis, todas as minhas frustações daquele ano e dos anos anteriores... Sabe lá Deus o que eu passei naquele período...
Mas dizem que para se chegar ao céu, se precisa passar pelo purgatório, depois da tempestade, a bonança e por aí vai... Enfim, à medida em que o tempo passa, tudo vai fazendo mais e mais sentido... E embora a passagem por esse (fatídico) dia não venha completamente despercebida e silenciosa e ainda remeta a algumas cicatrizes, hoje ele pode ser transmutado em ponte. Ponte para uma nova vida. Ou melhor, como eu estava em coma naquela época, ponte para um retorno à vida! Viva!
"...Tudo cresce e o início/Deixa de ser início/E vai chegando ao meio/Aí começo a pensar que nada tem fim..."
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Prelúdio
Caro leitor,
obrigada por visitar este blog.
Se você tem intenção de encontrar grandes reflexões ou críticas, definitivamente você está no lugar errado.
Este espaço destina-se apenas a alguns devaneios, desabafos, redações livres e eventualmente, algumas confissões...
Não há uma periodicidade pré-estabelecida, portanto, não se entristeça se não encontrar aqui atualizações freqüentes.
Se esta infinidade idiossincrática lhe interessa, seja muito bem vindo e boa viagem!
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Este espaço destina-se apenas a alguns devaneios, desabafos, redações livres e eventualmente, algumas confissões...
Não há uma periodicidade pré-estabelecida, portanto, não se entristeça se não encontrar aqui atualizações freqüentes.
Se esta infinidade idiossincrática lhe interessa, seja muito bem vindo e boa viagem!
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