quinta-feira, 12 de junho de 2008

10/06/de qualquer ano...

"A idade aponta na falha dos cabelos/Outro mês aponta na folha do calendário/As senhoras vão trocando o vestuário/As meninas viram a página do diário/O tempo faz tudo valer a pena/E nem o erro é desperdício/Tudo cresce e o início/Deixa de ser início/E vai chegando ao meio/Aí começo a pensar que nada tem fim..."
É com esse trecho de uma música da Ana Carolina que eu começo o texto de hoje...
Aliás, hoje deveria ter sido há 2 dias atrás... Já é tarde, eu estou fora do dia, mas não podia deixar passar mais tempo ainda sem cumprir esta tarefa.
Exatamente há um ano da data que dá o título a este, eu tive um dia bastante contraditório... Foi, ao mesmo tempo, um dos piores dias da minha vida, mas, por outro lado, foi o dia que marcou uma grande decisão. Uma decisão que fez diferença para o resto da vida. Que me mudou como pessoa. Que mudou a minha direção. Uma decisão que continua fazendo diferença. A extensão de tudo, eu ainda não sei ao certo. Será que um dia saberei? E saber pra quê? Bom mesmo é viver, e estar consciente a cada momento. Colher cada reflexão, cada sensação, cada conclusão. Viver O e NO presente.
Muita dúvida, muita incerteza, muito medo e talvez muita mágoa tenham marcado aquele momento. Mas, como não há senhor algum como o tempo, hoje a análise pode ser bem diversa. E, claro, muito mais proveitosa.
Acredito que nada acontece por acaso. As coisas acontecem EXATAMENTE da forma como têm que acontecer! E na hora que devem acontecer!
Lembrar desse dia pode fazer sangrar um pouco a ferida. Mas a dor muitas vezes é necessária. O sofrimento nos faz perceber muitas coisas, nos faz evoluir, nos torna pessoas melhores, mais conscientes, nos faz almejar mais alto, nos tira do cômodo. E passamos a ter INcômodo. E a partir desse algo que espeta e cutuca podemos fazer alguma coisa, saímos da inércia.
Na verdade esse dia foi o resultado da soma de vários fatores... Todas as minhas cirurgias, a doença do meu pai, todas as coisas de que eu desconfiava, todas as coisas que se tornaram insuportáveis, todas as minhas frustações daquele ano e dos anos anteriores... Sabe lá Deus o que eu passei naquele período...
Mas dizem que para se chegar ao céu, se precisa passar pelo purgatório, depois da tempestade, a bonança e por aí vai... Enfim, à medida em que o tempo passa, tudo vai fazendo mais e mais sentido... E embora a passagem por esse (fatídico) dia não venha completamente despercebida e silenciosa e ainda remeta a algumas cicatrizes, hoje ele pode ser transmutado em ponte. Ponte para uma nova vida. Ou melhor, como eu estava em coma naquela época, ponte para um retorno à vida! Viva!
"...Tudo cresce e o início/Deixa de ser início/E vai chegando ao meio/Aí começo a pensar que nada tem fim..."